quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Não te quero perder.


-Sabes que por vezes amar não chega...
-Sei sim.
-É preciso respeito, confiança, essas coisas todas que já conhecemos.
-Mas eu respeito-te!
-Mas não confias em mim... E quando não confias acabas por me desrespeitar.
-Desculpa.
-Não me peças mais desculpas. Um dia vou embora.
-Não vais porque eu não deixo!
-Vou. E depois perguntam-te porque eu fui e tu não vais saber, porque tu nunca sabes porque fazes isso.
-Não vais. Eu não vou fazer mais nada contra nós.
-Vamos ver até quando tu aguentas...

domingo, 27 de dezembro de 2009

Cai chuva sem parar


Cai chuva sem parar
Que por trás das nuvens que te choram
Eu sei que está o sol rei a raiar

Cai chuva sem parar
Que levas as tristezas da minha alma
Que já não sabe cantar

Cai chuva sem parar
Que tornas tudo tão nostálgico
Saudade da junção de um par ímpar

Cai chuva sem parar
Que compreendes mais do que tudo
As questões que me costumo perguntar

Cai chuva sem parar
Cais...
Aqui.
Cais...
Ali.
E eu estou mais uma vez apenas a ouvir
A chuva a cair.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Amor, que foste primeiro


Um dia amei-te. Talvez esse dia tenha sido ontem ou até hoje, até há bem pouco tempo. Mas depois, há aqueles momentos em que me amo mais a mim porque eu nunca me magoei como tu fazes comigo. Não. Amor. O amor ardente, quente, já não mora aqui. Não mora porque eu não quero. Amor. Foi mentira. Tudo foi mentira. Sonhos desmoronados, castelos de areia que eu desfiz com os pés! Saltei em cima deles até que parecesse que ali nunca houve um castelo. A minha mente hoje está limpa, nela nunca houve um sonho de ser feliz ao teu lado nem ao lado de ninguém. Serei feliz de mim para mim. Qual lua sozinha nos céus, que todos olham e ninguém toca. E os que tocaram foram poucos e respeitaram, por isso respeita e vai embora, não pises mais.

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Estados de alma


Há quem passe tristezas só porque não admite as suas fraquezas, alimentadas por incertezas de que não se vai ser feliz. Ser feliz é uma utopia. Estar feliz é um estado de alma, calma incandescente que ilumina tudo à sua volta. Revolta de sorrisos e risos. Altos. Longos. Demorados. Estado de espírito utópico mas nada enganador. Tristezas. Se tens muitas, canta. Porque quem canta seus males espanta. Não é bonito o som dos espanta espíritos? Espanta os teus males, as tuas fracas tristezas e as tuas fraquezas tristes, só tu tens a o poder de te fazer feliz.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Mas nem eu sei.


Há quem pense que não sou sempre a mesma pessoa. Por vezes sou inconstante e inconsciente. Por vezes sou a mais calma e ciente, de todos. À minha volta. Furacões podem correr o espaço por onde caminho que eu não desvio um centímetro a minha rota. À minha volta. Uma folha seca pode cair no meu caminho, se eu sentir que vale a pena levo-a pra casa comigo e deixo-a descansar. Se estivesse a ir pra um outro lugar, levo-a pra casa. Sim. Volto atrás. Trago comigo, no caminho, muitas folhas que já foram secas e hoje são verdes. Têm vida. Folhas que foram sonhos que tinham um fim à vista. Têm vida, agora. Folhas verdes que tornaram os meus sonhos reais. Não sou sempre a mesma. Conhecer-me não é fácil. Perceber-me muito menos. Não deixo? Não! Apenas não consigo! Mas posso fazer com que as folhas secas voltem à vida. Se me deixares. Deixas? Eu quero, não sei se posso, mas quero. Então querer não é poder? É se tivermos coragem de lutar para ter o poder de querer. Realiza-te! Não, eu não estou realizada, nunca vou estar! Já sabes. Sim, isso tu já conheces. Quero sempre mais. Nunca estou satisfeita. Psiuuuu. Sim, tu! Foste uma folha seca que caiu no meu caminho... Eu sei que estavas seca, seca, seca... Hoje será que te sentes verde? Viva? Presumo que sim. Levei-te para casa, voltei atrás no meu caminho e levei-te para minha casa. Vi-te a começar a ganhar vida. No início não querias. Sofri! Eu, dura, chorei... Como eu te tornei a cada dia mais verde, tu tornaste-me a cada dia mais eu. Mais de mim. Mais. Sou inconstante. Superficial. Fria. Inconsequente, que já deixou folhas verdes secarem. Mas sei que essas que secaram encontraram outro alguém que também lhes soube dar vida. Podiam querer não secar na minha mão, mas eu sei que era assim tinha que ser. E a ti, também houve quem te deixasse secar! Para que pudesse ser eu a por-te viva, verde, fresca. Feliz? Diz-me que sim. Folha verde que caiu seca no meu caminho. E eu. Quente. Também aprendi. Eu também aprendo. Eu não sei tudo. Ninguém sabe. Tu sabes? Sabes se gostaste de ser apanhada por mim? Ou estarias à espera de ser salva por um ninguém diferente do meu alguém? Furacão. Fui eu. Já fiz muitos. Passo por eles e nem me desvio. Tu sabes que sim. Dizes-me uma exagerada sem remédio. Uma lágrima fácil sem cura. Uma carente eterna.
Castanhos são os que me olham de cima a cima, de lado a lado, de baixo a baixo. São teus, os castanhos que contrastam com os meus verdes. Já falo outra vez em cores, nas das folhas de que te falei antes. Vivo sem dó e outras vezes com piedade. Gosto de dar e de receber. Vou apanhando folhas que ajudo a que fiquem verdes mas se sei que não valem o tempo de me baixar, deixo-as! Querem ser deixadas e pisadas! E tornarem-se pó! Querem? Sim querem! Então deixa-as! Eu deixo. Não sei parar de amar. Sou amante. Intensamente. Bruscamente. Num suspiro, fui tua minha folha que ajudei a esverdear. Tenho tanto para te dizer. Ainda. Tenho tanto para te contar. Ainda. Não sei por onde comecei nem saberei quando terminar. O meu caminho retrocedeu para casa no dia em que te apanhei. Julgaste-me tua. O meu caminho continuou no dia em que ficaste verde, viva. Vida. Vida. Vida! Só no dia em que voltaste para mim é que o meu caminho continuou! E foi tão dura aquela pausa... Tão dura. Mas água mole em pedra dura tanto bateu que furou e seguimos e continuamos hoje a seguir caminhos cruzados. Os nossos. Já nem são caminhos cruzados. São um só caminho. E fui eu que os cruzei e foste tu que os uniste. Num só. Sou eu. Achas que os outros me conhecem? Nem eu me conheço. Linhas. Preto no branco. Podiam ser escritas e nada de claro. Podiam ser rabiscadas. Com palavras. Simples. Sentidas. Talvez lhes dissessem alguma coisa mais clara os meus rascunhos. Sou eu. Pensas que me desconhecem? Não. Sou eu. Sabem que sou eu, mas não sabem quem sou eu. Tu sabes. Pensas que me conhecem? Não. Não conhecem. Pensas que sabem quem sou? Sabem porque me vêem de fora mas têm dúvidas porque não me sentem por dentro. E tu? Sentes? Sim. Então tu sabes. Mas nem eu sei.

domingo, 20 de dezembro de 2009

O Natal - experimentado

É a época de dar e receber. Dizem uns. É a época do consumismo. Dizem outros.
Todos vemos luzes nas ruas, luzes que fazem sonhar, luzes que fazem sorrir, luzes que fazem com que o frio que se sente pareça mais quente. Luzes. Iluminam-te a alma?
-Iluminam, porque penso que ainda há aquelas pessoas que se vestem a rigor para distribuir uma sopa quente por quem não tem. Para essas pessoas (qual coração grande!) é Natal todos os dias.
-Iluminam, porque sei que quando pus aquelas latas de comida e aqueles pacotes de arroz e massa no saco do Banco Alimentar contra a fome, vou fazer com que alguém sorria, um dia destes, nesta época.
-Iluminam, porque há quem aproveite para pedir desculpa, usando o pretexto de que é Natal e devemos estar de bem com quem gostamos.
Mas a vida não são só luzes.
Ser capaz de deitar 0,01€ ao chão e dizer "Bah, não serve pra nada!" e ao mesmo tempo não ser capaz de dar 0,01€ a alguém que precisa, não é ser coerente! Não é deixar que as luzes do Natal nos iluminem. Um cêntimo junto a muitos outros cêntimos vão ajudar algures, alguém que não tem a sorte de ter uma lareira acesa.
O Natal é símbolo de esperança. Muitas pessoas tentam ajudar os outros para se redimir consigo mesmas.
Voltando às luzes. Elas fazem os meus olhos reluzir como se eu estivesse em frente a uma fogueira.
Lembro-me do pior Natal da minha vida. Ele chegou bêbado a casa, atirou o prato das tradicionais batatas à parede, bateu nela e em nós. Chorei a noite toda. Não acreditei mais no Natal.
Gosto de receber um presente (todos gostámos) mas quando me perguntam o que quero para o Natal, eu nunca sei.
Se me puderem dar um dia de paz. Eu agradeço e fico tão feliz como se tivesse recebido o que nunca pensei ter.
Paz. O Natal é símbolo de paz! Sinto muito intensamente quando tenho paz em mim. Não imaginam! É tão intenso que sorrio sozinha no meu cantinho.
Gosto do simbolismo que lhe deram. Faz parecer a humanidade um pouco mais humana.
Gosto de comprar os bombons para a minha mãe que diz sempre que não era preciso mas com o sorriso de quem gostou do miminho. Mãe. Inevitavelmente se associa o Natal a maternidade, não viesse a palavra Natal de nascimento. Mãe. O Natal é da família.
Lembro-me dos melhores Natais da minha vida. Uma mesa cheia de gente, o meu avê com aquele rosto que nunca vou esquecer e eu a sorrir porque ganhei rebuçados a jogar ao par ou ímpar com a avó.
Amor. Amor. Amor. Deveria ser o motivo que move o mundo, mas não é. Amor. Amor.
É Natal, vamos amar.
É Natal, vamos reunir a família.
É Natal, vamos dar paz a alguém.
É Natal, vamos celebrar o bom que há em sermos humanos que é podermos ajudar os mais desfavorecidos.
É Natal, vamos iluminar a vida de alguém com um sorriso, iluminar as nossas casas porque aquece a alma.
É Natal, vamos ter esperança que melhores dias virão.
A grande festa do ano.
É Natal! Vamos vivê-lo!




* para ti, pai.


Sim. Porque quando se leva um estalo, nada volta a ser o mesmo.
Vida, a quanto obrigas! Não quero mais!
Juro! Juro por tudo! Pela minha vida! Que a minha vontade é fugir de casa! Queres que eu vá? Não queres não! Mas então porque me mandas?! És fraco! És fraco! És muito fraco! E julgas-te forte! Julgas que sabes tudo! Julgas-me!
Vida, a quanto obrigas! Não quero mais!
Estou farta! Ouviste bem?! Farta! Não há mais nada a dizer. Tu és injusto! Não pensas! Não sabes que eu gosto de ti! Ou gostava! Porque agora sinto algo nada bom e nada bonito!
A minha vida não depende da tua! Sabias?
Estou farta! Não quero mais!
Amor? Não, entre nós não existe.
Não podes ouvir nada. Não te chateies, não vale a pena! Porque eu não valho a pena!
Eu não errei! Eu não fiz nada!
A tua mente é que é assim! Ninguém percebe!
Estou magoada. Tenho um coração e tu tens uma pedra.
Sempre tiveste. Mas eu acreditei que era a tua menina.
Acreditava que não era pedra para mim.
Mas é pedra e da mais dura de partir.






segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Preto e branco

Branco e preto.
Preto e branco.
Sou eu e és tu.
Somos nós. Tu e eu. Os dois.
Lugar seguro como o peito dele não há.
Regaço dela que é leito
E em jeito de encosto serve de preceito
Para mais um gosto de encostar
Branca ela, preto ele.
Conjugação perfeita ou pré-feita
Junção cromática.
Não é mono nem estática.
Preto e branco ou no branco.
Nu preto, nu branco.
É clareza!
De ideias, de palavras.
De sentimentos.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

She can't find her way.

A minha alma é parva de tão insatisfeita que se sente.
É como um furacão, que não abranda, inconsequente.
Uma criança com mimo e carente.
Um texto objectivo mas que te deixa reticente.
Sim!
Nada a satisfaz!
Quer sempre mais...
Quer confusão! Oh! Qual turbilhão!
De sentimentos! Sentimentos?
Sentir... Fugir... Esconder.
Multifacetada para sua protecção.
Querer mais, é arriscar mais.
Quer sempre mais...
Quer lágrimas! Oh! Qual felicidade!
De coração! Coração?
Sentir... Fugir... Esconder
Querer mais é querer viver.
Aventurar-se. Descobrir. Insatisfação.
Mais, mais e mais.

Sejam bem-vindos!

Gostar de gostar.
Resume-se a isto. Amar.
Quem ama consente, quem ama sente.
Quem ama escuta, ouve, atenta.
Quem ama sabe.
Dor dormente.
Dor quente.
Dor que sente.
Ou alegria. Ou razão de viver.
De sorrir.
De caminhar.
Quem ama sabe porque sente.