terça-feira, 18 de maio de 2010

Paixão

Sangue que ferve enquanto espera
Num fogo sempre a consumir
Com um lume que ilumina
Um olhar que fervilha pelo sentir
Demasiado quente, sem demora
Tudo é baço à volta,
Já nada se define. Respira.
Chegaste, está na hora
Somos um. Calafrio profundo.
Neste momento senti um mundo
É até uma agonia, singela e pura
Paixão, nua e crua.



Para a Fábrica de Letras subordinado ao tema Paixão

terça-feira, 11 de maio de 2010

Mãos

As minhas mãos começam a dar sinais
Sinais de que estás a chegar
Elas tremem e transpiram
Que até parecem chorar
De alegria, ansiedade. Querem-te.
Apertar contra mim
Num envolvimento perfeito
Quase surreal, letal
Sinto um sufoco quase desesperado
Que fica trancado, entrelaçado
No desejo de ti.
Elas transpiram. Tenho medo.
Não recues. Não rejeites.
Fica, entrelaça, desespera, aperta.

domingo, 9 de maio de 2010

Confusões sentimentais

Do meu interior te digo
Que só não digo
O que realmente sinto
Estou desgastada
Sem cor, sem sabor, sem textura
Já não há amor que chegue
Para tanta dor acumulada
Qual olhar sentido e chorado
A minha alma denegrida
Sofre como eu respiro
Sofrer é respirar
Entra, e não sai...
Vai-se instalando
E formando um grito, um nó
Que se solta sem piedade nem dó
De ti.
Estou só.
Sinto-me só.
Porque tu és quem causa este turbilhão
Não há amor. O amor não existe
É apenas utopia, ilusão
Desmanchada de um qualquer sonho
Que nem sonho foi.