Ela caminhava acelerada... Não tinha a certeza que era ele, mas da maneira forte que o coração lhe bateu, só podia ser ele. Entrou no mar, sempre baixo. O dia estava a preparar-se para terminar. As águas estavam douradas e ela fascinada. O coração batia - pum! pum! pum! pum-pum! - era ele! Reencontrou-o! As ondas calmas afagavam a areia que ele pisava agora. Ela cansou-se de fugir e esperou que ele a abraçasse e tirasse dali, ao colo. O olhar dele era a coisa mais bela que jamais ela tinha visto, castanho e brilhante - aquele castanho brilhava mais do que nunca quando chocava com o verde dos dela.
A beleza não está onde uns e outros a vêem. Eu sei onde está a beleza. Está numa ruga que se ganhou por felicidade. Está numa folha que cai, castanha, no Outono. Está no sol que se põe ao fim da tarde e promete voltar.A beleza está na essência do nosso ser. Somos belos se assim o quisermos ser. Mostrar um sorriso de felicidade! Há coisa mais bela? Ou uma lágrima. É água, transparente e singela.
A beleza choca-me. Há fins de tarde que de tão belos que são - sol a pôr-se, céu alaranjado, nuvens escassas, brisa suave - parecem saídos de um livro fantástico.
A beleza está o amor. Na confidência. Na alegria. Na amizade. A beleza está lá fora. Do outro lado da janela - vida, é beleza. Se a beleza é perfeição, a vida é beleza.
Para a Fábrica de Letras