Mudar de casa, não é mudar de vida. Nunca foi. Mas há quem ainda alimente essa ideia na esperança que tudo seja o que nunca foi. Ela acreditava.
Os primeiros dias foram fantásticos, alimentaram o sonho de sempre, o sonho que nunca se tinha realizado. Pensou que sim, era agora que iam ser felizes. Os dias passaram e a casa já parecia a antiga, já não estava sempre arrumada, os cuidados diminuíram. Assim como ele. Voltou a sair para lugares incertos, sozinho, e a chegar a horas incertas. Voltou a deixá-la sozinha naquela casa que era grande demais para apenas uma pessoa. A televisão enchia-lhe a casa e fazia-a esquecer de uma realidade que sempre viveu, com ele. Uma realidade que nunca ia mudar. Francisca era linda, sorridente. Não deixava que ninguém soubesse o que se passava no seu coração, na sua cabeça. Julgavam-na feliz apesar de saberem a vida que levava com ele. Um dia ele chegou, eram 01h34 da manhã, viu ela no mostrador do despertador de números vermelhos. Bateu com as portas, chamou-a, estava bêbado, como sempre, pensou ela. Reclamou da sopa que já tinha ficado fria, queria discutir com ela como se ela tivesse culpa dos copos que sempre bebe a mais. Francisca não aguentava mais. Foi ao quarto, mudou-se enquanto ele gritava para que ela voltasse, voltou vestida, e com um pequeno saco na mão. Abriu a porta. E disparou! Porta fora... Sem voltar o olhar para trás. Não olhou e correu até não poder mais. Tinha chegado o dia de ser feliz.
Os primeiros dias foram fantásticos, alimentaram o sonho de sempre, o sonho que nunca se tinha realizado. Pensou que sim, era agora que iam ser felizes. Os dias passaram e a casa já parecia a antiga, já não estava sempre arrumada, os cuidados diminuíram. Assim como ele. Voltou a sair para lugares incertos, sozinho, e a chegar a horas incertas. Voltou a deixá-la sozinha naquela casa que era grande demais para apenas uma pessoa. A televisão enchia-lhe a casa e fazia-a esquecer de uma realidade que sempre viveu, com ele. Uma realidade que nunca ia mudar. Francisca era linda, sorridente. Não deixava que ninguém soubesse o que se passava no seu coração, na sua cabeça. Julgavam-na feliz apesar de saberem a vida que levava com ele. Um dia ele chegou, eram 01h34 da manhã, viu ela no mostrador do despertador de números vermelhos. Bateu com as portas, chamou-a, estava bêbado, como sempre, pensou ela. Reclamou da sopa que já tinha ficado fria, queria discutir com ela como se ela tivesse culpa dos copos que sempre bebe a mais. Francisca não aguentava mais. Foi ao quarto, mudou-se enquanto ele gritava para que ela voltasse, voltou vestida, e com um pequeno saco na mão. Abriu a porta. E disparou! Porta fora... Sem voltar o olhar para trás. Não olhou e correu até não poder mais. Tinha chegado o dia de ser feliz.
Texto subordinado ao tema Disparou, para a Fábrica de Letras