domingo, 11 de julho de 2010

Alma insatisfeita.

Sinto-me a deambular por mundos que só conheço de vez em quando.
Há muito que não me sentia tão perdida dentro de mim mesma. Não me conheço. O melhor que sei para explicar como me sinto, é dizer que me sinto na pele de Fernando Pessoa. Sinto-me nele. Todos os seus poemas, devaneios, busca de alma, busca de um eu que não conseguimos conhecer nem alcançar. Sinto-me assim.
Não me conheço. Não sei quem sou. Não tenho controlo sobre mim, apetece-me gritar, chorar. Fazer um escândalo em frente a meio mundo e depois rir-me. Porque ninguém tem nada a ver com o que eu sinto. E tudo o que sinto é só em relação a mim. A alguém que tenho dentro de mim e não conheço. Que de vez em quando se revela e me põe exposta a todas as emoções, deste mundo e do outro.
Posso-me rir. Posso chorar. Dançar. Gritar. Cantar. Não me conheço hoje. Tenho dupla personalidade. Eu sei que tenho e sinto que tenho, mas só tem a ver comigo. Não tem a ver contigo. Tenho esta loucura inexplicável de não querer ninguém perto de mim. De querer estar sozinha e pensar em coisas que mais ninguém pensa. Sou louca. A minha alma é louca. Mas se olharem para mim, sou normal. A nossa alma, o nosso ser, é o lugar mais obscuro de nós. E eu só tento conhecê-lo. Incansavelmente.







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